O Instituto Butantan recebeu em setembro a licença que o permite funcionar também como jardim zoológico. Ou seja, como um local específico para se manter animais da fauna silvestre e da fauna exótica, e que podem ser exibidos ao público. O Departamento de Fauna da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente, por meio do Centro de Manejo da Fauna Silvestre, emitiu a Autorização de Uso e Manejo de Fauna Silvestre na nova categoria.
A nova categoria refere-se aos locais em que há a exposição de animais, como o Museu Biológico, o Serpentário e o Macacário. Esses locais passaram por restauros e reformas entre 2018 e 2019. “O Macacário, uma das principais atrações do parque, encontra-se completamente reestruturado, atendendo às recentes normativas para zoológico e aos anseios dos visitantes que podem, somente no Instituto Butantan, observar uma colônia de macacos Rhesus sem nenhum custo”, afirma a Diretora da Divisão Biotério Central, Vania Mattaraia.
Com essa licença, o Instituto passa a integrar uma lista de 58 empreendimentos na categoria de jardim zoológico, o que faz do Estado de São Paulo o maior do Brasil nessa área. “Essa nova categoria se enquadra melhor com algumas das atividades que o Instituto desempenha, que passa agora também a trabalhar a educação ambiental com a exposição de animais ao público”, explica o Secretário de Infraestrutura e Meio Ambiente, Marcos Penido.
Ao todo, o Butantan tem cerca de 130 animais em exposição e sob os cuidados de profissionais como biólogos, veterinários e técnicos. Todos os animais são chipados e têm identificação em sistema digitalizado. “Não quer dizer que teremos girafas e elefantes aqui no parque, e, sim, que nossas exposições públicas estão totalmente de acordo com a legislação atual dos órgãos regulatórios”, diz o Diretor do Museu Biológico e responsável técnico pelas áreas de zoológico do Instituto, Giuseppe Puorto.
O Butantan já tinha autorização para a criação científica. Após reuniões, a equipe técnica da Secretaria e pesquisadores do Butantan decidiram iniciar o processo para formação de um jardim zoológico. “Obter esta certificação significa um ganho para o Butantan e só avaliza o nosso compromisso com os animais e com os visitantes. O trabalho no Museu Biológico, no Macacário e no Serpentário continuará sendo executado com excelência pelos profissionais da instituição, que são referência em biologia animal”, afirma o Diretor do Instituto Butantan, Dimas Tadeu Covas.
Papel de um zoológico
Os jardins zoológicos têm papel fundamental para a proteção da biodiversidade e para a preservação de animais ameaçados de extinção. Esses locais desempenham ainda um importante papel na educação ambiental associada ao lazer da população e ao desenvolvimento de pesquisas e conservação.
O novo status do Butantan possibilita a ampliação de atividades educativas a partir das exposições. O zoológico do Instituto traz conceitos dos jardins zoológicos onde bem-estar animal, pesquisa, educação ambiental e conservação são os pilares que norteiam as atividades do empreendimento. “O registro nos permite, enquanto um zoológico, realizar intercâmbio com outros zoos do Brasil e do mundo, ou seja, trocar, receber ou doar animais do nosso plantel, inclusive com o objetivo de conservar espécies”, esclarece o Diretor do Museu Biológico.