A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo iniciou nesta segunda-feira (23) a campanha de vacinação contra gripe com estratégias diferenciadas para evitar aglomerações e prevenir a população contra a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.
A iniciativa é realizada em parceria com os municípios, com a rede de ensino da Secretaria de Estado da Educação, apoio de farmácias privadas da capital e acionamento de outras organizações à medida que houver necessidade. Até o momento, serão cerca de 11,5 mil fixos e volantes como pontos de vacinação, incluindo escolas, creches, farmácias, barcos, ônibus e veículos, de forma a alcançar o público-alvo em todas as regiões.
A Divisão de Imunização estadual orientou todas as regiões e cidades quanto à dinâmica de atendimento especial. Seguindo a legislação, deverão ser priorizados os idosos com mais de 80 anos e haverá triagem diferenciada (confira abaixo no subtítulo coronavírus).
A expectativa é imunizar 90% da população-alvo de 15,4 milhões de moradores de São Paulo contra o vírus Influenza durante toda a campanha. O início foi antecipado com apoio do Instituto Butantan, que acelerou a produção das 75 milhões de doses da vacina que serão utilizadas na campanha, que será a maior da história no Brasil, com ampliação de 13% em comparação ao quantitativo do ano passado.
Cronograma
Neste ano, a ação ocorrerá em três etapas definidas pelo Ministério da Saúde, responsável por encaminhar as doses aos Estados. A primeira começa nesta segunda-feira (23), voltada a idosos e trabalhadores da saúde, totalizando 6,1 milhões de pessoas nesta fase.
A partir do dia 16 de abril serão vacinados os professores, equipes que trabalham nas forças de segurança e salvamento e pacientes com doenças crônicas, como asma, diabetes, doenças imunossupressoras e outras.
No dia 9 de maio começa a terceira etapa, que será para gestantes, puérperas (com até 45 dias após o parto), crianças a partir de seis meses e menores de seis anos, povos indígenas e demais grupos prioritários, inclusive dois novos públicos inseridos a partir deste ano: os adultos de 55 a 59 anos e as pessoas com deficiência (física, auditiva, visual, intelectual e mental ou múltipla). Na data de início da última etapa também está previsto o “Dia D” de Mobilização Nacional, quando os postos deverão funcionar no sábado, das 8h às 17h.
“A vacina prevenirá a população alvo contra o vírus Influenza de três tipos e é fundamental para evitar complicações decorrentes da gripe, otites e sinusites. É indispensável que as pessoas respeitem as etapas para que não haja aglomerações nos postos, evitando a transmissão de doenças respiratórias, como a Covid-19 e a própria gripe”, explica a diretora de Imunização da Secretaria, Nubia Araujo.
As doses produzidas pelo Butantan neste ano são constituídas por três cepas de Influenza: A/Brisbane/02/2018 (H1N1)pdm09; A/South Austrália/34/2019 (H3N2); e B/Washington/02/2019 (linhagem B/Victoria).
Conforme diretriz do Ministério da Saúde, somente casos de gripe grave, caracterizados como Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), independentemente do tipo, são de notificação obrigatória no Brasil. Em 2020, até fevereiro, foram 57 casos e 1 óbito.
Em 2019, foram registrados 1,6 mil casos de SRAG atribuíveis ao vírus Influenza em São Paulo, e 284 óbitos.
Coronavírus
A vacina contra a gripe não imuniza contra o novo coronavírus, mas a campanha é fundamental para reduzir o número de pessoas com sintomas respiratórios nos próximos meses. “A decisão de antecipar a campanha tem a intenção de proteger a população contra a Influenza, além de minimizar o impacto sobre os serviços de saúde em meio a pandemia de Covid-19, já que os sintomas destas doenças são semelhantes”, diz o secretário de Estado da Saúde, José Henrique Germann.
A orientação aos profissionais que trabalharão na campanha é para que haja organização da fila e do ambiente. Deverá ser feita uma triagem com identificação de sintomático respiratório – presença de febre, tosse, coriza e falta de ar.
Se a pessoa tiver febre ou mau estado geral, deverá ser colocada máscara no paciente e adiada a vacina, com orientação para ida a um serviço de saúde. Máscaras também deverão ser colocadas naqueles que tiverem tosse ou coriza, mas nesses casos a dose poderá ser aplicada, e ainda assim a pessoa será orientada para procurar um serviço de saúde.
As equipes deverão anotar as doses aplicadas, com mesas e distanciamento de pelo menos 1 metro entre o anotador e paciente. Cada profissional deverá usar caneta própria e álcool deverá ficar disponível para uso. O vacinador não precisa utilizar luvas nem máscara cirúrgica, apenas seguir as normas de higienização.
Etapas da campanha de 2020
– Etapa 1: a partir de 23 de março, para idosos acima de 60 anos e trabalhadores da saúde;
– Etapa 2: a partir de 16 de abril para professores, forças de segurança e salvamento e portadores de doenças crônicas, comorbidades e outras condições clínicas especiais;
– Etapa 3: a partir de 9 de maio, para crianças com idade maior que 6 meses e menor que 6 anos, gestantes, puérperas (até 45 dias após o parto), e outros;
– Dia de D: 9 de maio, para todos os grupos do público-alvo, incluindo pessoas acima de 55 anos.