Dizem que nunca podemos começar um texto nos justificando, mas como toda regra tem sua exceção, eu digo..SOU BRASILEIRO e me orgulho disso.
Aqueles que me conhecem há mais tempo sabe o quanto defendo o País, o Estado e a Cidade em que moro, soa às vezes até meio bairrista, mas sou assim, o que fazer? Gosto da pluralidade brasileira, da garra paulistana e do jeito parnaibano de ser.
Mas o que me incomoda e muito, é a mania que o povo brasileiro tem de sempre optar em quase todas as ocasiões por aquele que apresenta uma certa fragilidade, pelo teoricamente mais fraco, explico.
Sei que muito de vocês odeiam o Big Brother, mas usá-lo-ei de exemplo, afinal não achei nada mais claro para explanar minha ideia.
Em todas as edições em que a Globo colocou “gente da gente” (rótulo imbecil) frente alguns “playboyzinhos” e “patricinhas”, os que supostamente eram “gente da gente”, tal participante VENCEU. Lembrados? Sabem dizer quem ainda usufrui do prêmio? Quem ficou com a “vida tranquila” ou soube aplicar seus ganhos?
Não sabem? Pois bem, informo com prazer que muitos (daqueles que se mostraram “gente da gente”) se deram mal, cito dois casos para melhor elucida-los :
“BBB 2 - Com pouca experiência no mundo dos negócios, Rodrigo Cowboy admitiu que perdeu grande parte do seu prêmio em investimentos que não deram certo, como uma empresa de estampa para tecidos e uma de distribuição de calçados”.
“BBB 4 - Primeira mulher a vencer o "BBB", Cida já começou a ter problemas assim que saiu do confinamento. Um ex-companheiro entrou na Justiça exigindo metade do seu prêmio. Não levou, mas a fez gastar quase 10% da bolada com advogado e custas processuais. Em entrevista ao EGO, ela desabafou: "O dinheiro só me trouxe decepção”. Não gosto nem de lembrar. Levei muito calote".
Usei esses exemplos para mostrar que muitas vezes optamos por aqueles que achamos ser “gente da gente”, e isso pode ser um ERRO. Temos a tendência a achar que alguém assim, seja mais “próximo”, que entenda nossos anseios, nos identificamos com tal pessoa, e sempre achamos que a recíproca é verdadeira, só que nem sempre é. Se tivermos de optar, precisamos ser mais racionais e faze-lo pelo melhor, pelo mais preparado, mesmo que às vezes você venha a “torcer” o nariz por não “identificar-se” com ele, ou com alguma postura do mesmo.
Quantos de nós, ao procurar por um profissional, já ouvimos “ele é chato, mas é bom” ou “tem um jeito esquisito, mas entende da coisa”, ou pior ainda “tem cara de nerd mas é gente boa”? Quando “a nossa pele está em jogo” sempre lutamos pelo melhor. Sendo assim, por que não podemos fazer isso com tudo? Por que não lutar pela sociedade em que vivemos e não somente por causas individuais?
O brasileiro tem a mania de dizer que todos em Brasília são corruptos, mas não foram esses mesmo brasileiros culpados por eles estarem lá? Mais ainda, temos a “mania” de nos identificarmos (quando questionados) como HONESTOS, mas dizemos que a SOCIEDADE e o POVO em geral é “espertinho”, ou pouco honesto. Nós também não somos POVO ? Não somos nós que compomos essa mesma sociedade que acusamos?
Então, precisamos quebrar esse paradigma. Vamos optar pelo mais preparado, pelo melhor, pelo que possui maior conhecimento ou pelo mais engajado na causa. Não adianta ser “o humilde”, “gente da gente” e não ter preparo para encarar e resolver os desafios. Vamos dar crédito para aqueles que batalharam de uma forma ou outra para obterem seus conhecimentos. Valorizar quem lutou, incentivando assim as próximas gerações a lutarem, se orgulharem por conhecerem. CONHECIMENTO e o SABER FAZER são as bases de uma sociedade mais JUSTA.
Ah sim, se precisarem de um dentista, tenho um que é professor de odontologia na USP.
P.S. Este texto foi revisado por uma Doutora em Biotecnologia pesquisadora do Instituto Butantã que está meio brava comigo, mas que eu adoro assim mesmo.(=P)
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