Quando em 2001 decidi começar uma cruzada pessoal contra a miséria intelectual dos brasileiros eu sabia que a briga seria dura, mas que valeria a pena. De lá para cá sabe o que aconteceu? Tornei-me colunista de programas de rádio. Lancei meu livro Brasileiros Pocotó e mais sete na sequência. Realizei minhas palestras centenas, milhares de vezes no Brasil e no exterior. Fiz eventos de lançamento de livros em várias universidades. Ampliei meu cadastro de assinantes do site para mais de 100 mil nomes. Viajei para o Aconcágua e o Pólo Norte. Lancei o podcast Café Brasil que tem milhões de downloads a cada ano. Lancei mais dois podcasts, o LíderCast e o Cafezinho. Tornei-me colunista de dezenas de jornais, revistas e sites. Lancei uma plataforma de educação continuada, o Café Brasil Premium.
Ufa!
Uma trabalheira danada que recebeu pouquíssima repercussão na grande mídia. O barulho todo veio pela internet.
Mas um dia minha hora chegou. Recebi uma ligação para marcar uma entrevista pela televisão, para matéria que foi ao ar no Jornal da Cultura! Vieram me entrevistar em meu escritório! Um jornalista e dois técnicos!
Finalmente!
Quando o produtor ligou interessado na entrevista, fiquei excitado! Será que finalmente eu poderia tratar de meu trabalho de combate ao emburrecimento nacional? Falar das implicações políticas de nossas decisões do dia a dia? Chamar a atenção para o vácuo de cidadania que vivenciamos neste início de século? Comentar sobre a queda de conteúdo no sistema educacional? Discorrer sobre as raízes da corrupção em nossos pequenos atos diários? Discursar sobre a necessidade de enriquecer nosso repertório para refinar nossa capacidade de tomada de decisão? Argumentar sobre a importância de não ser um bovino resignado destilando ressentimentos passivos? Conclamar o telespectador a conectar-se a outras pessoas interessadas em melhorar o estado das coisas? Provocar a todos pedindo que resistissem caso percebessem que o Brasil está ficando burro? Não. Eles estavam interessados por causa de meu artigo SOBRE UNHAS em que eu comentava a tentativa de superar o hábito de roer unhas desde que comecei aprender a tocar viola caipira.
Mais prioritário que o roer de unhas é o roer do cérebro. É ele que está sendo destruído sem que a gente perceba. O problema é que o estrago do cérebro não é visível como as unhas. Não dói como as unhas.
E na República das Banalidades, o que não é visto e nem dói, não interessa.
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